Brasil aposta em política industrial com foco em inovação, sustentabilidade e corte de custos para se destacar no cenário global

Daker Wyjor
Daker Wyjor

A política industrial no Brasil ganha novos contornos com uma estratégia que prioriza a inovação, a sustentabilidade, a competitividade e a redução do custo Brasil. O governo federal vem apostando em um conjunto de ações articuladas para promover uma transformação estrutural na indústria nacional, colocando o país em uma rota de crescimento econômico sustentável. Durante evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria em Brasília, o vice-presidente da República Geraldo Alckmin reforçou que a política industrial precisa ser robusta, contínua e direcionada ao futuro, sempre com foco na geração de empregos, no aumento da produtividade e na inserção qualificada do Brasil nas cadeias globais de valor.

A política industrial brasileira passa por um momento de redirecionamento estratégico, com destaque para a Nova Indústria Brasil, plano que engloba seis grandes missões voltadas para setores prioritários como agroindústria, saúde, infraestrutura, transformação digital, bioeconomia e defesa. Essa nova política industrial visa dar respostas concretas aos desafios internos e externos enfrentados pelo país, oferecendo bases sólidas para o avanço da economia nacional. Segundo o governo, o investimento em pesquisa e desenvolvimento já ultrapassa 80 bilhões de reais, demonstrando o compromisso com uma política industrial de longo prazo.

Além disso, a política industrial também está sendo impulsionada pela chamada indústria verde, com o Brasil ocupando posição de liderança na produção de combustíveis sustentáveis como o SAF, usado na aviação. Para substituir o querosene e garantir uma transição energética eficiente, o setor industrial aposta em tecnologia e inovação. Essa movimentação fortalece a política industrial como motor para uma economia de baixo carbono e coloca o país em posição estratégica nas discussões globais sobre sustentabilidade e segurança energética.

Outro eixo central da política industrial brasileira é a redução do custo Brasil, apontada como fundamental para garantir competitividade às empresas. O governo tem reforçado que a burocracia, os encargos excessivos e a infraestrutura deficitária ainda impõem barreiras significativas ao setor produtivo. A aprovação da Reforma Tributária, por exemplo, é considerada um passo essencial para desburocratizar o sistema e melhorar o ambiente de negócios. A política industrial deve ser pensada como parte de uma engrenagem integrada que envolve mudanças legais, segurança jurídica e estímulos ao investimento.

No campo da política externa, a política industrial brasileira também vem sendo redesenhada para facilitar o acesso a mercados internacionais e ampliar as exportações. Alckmin defende o diálogo constante com os principais parceiros comerciais, como China, Estados Unidos, União Europeia e Mercosul, para firmar acordos que fortaleçam a indústria brasileira e protejam os empregos nacionais. A política industrial, nesse contexto, se transforma também em ferramenta de diplomacia econômica e geopolítica, com o Itamaraty assumindo papel ativo nas articulações com o setor produtivo.

A segurança jurídica é outro pilar que sustenta a política industrial no país. A atuação da Advocacia-Geral da União tem sido decisiva na construção de marcos legais para temas como inovação, licenciamento ambiental e regulação econômica. De acordo com o governo, sem segurança jurídica não há como atrair investidores nem consolidar políticas públicas de fomento industrial. Assim, a política industrial precisa estar amparada por um ambiente institucional confiável que ofereça estabilidade para as empresas se desenvolverem e inovarem.

A consolidação da política industrial como uma política de Estado e não de governo também foi defendida por representantes da indústria e do setor produtivo. A ideia é que a política industrial brasileira ultrapasse os ciclos eleitorais e se mantenha como uma estratégia contínua de desenvolvimento nacional. Para isso, é necessário garantir financiamento adequado, com linhas de crédito acessíveis e com taxas competitivas, especialmente para os setores considerados estratégicos. A política industrial deve estar conectada com os interesses de longo prazo do país e com os desafios do século XXI.

Por fim, a política industrial precisa estar ancorada na inovação como vetor central. Especialistas apontam que apenas com o desenvolvimento de novas tecnologias, processos produtivos eficientes e soluções sustentáveis será possível transformar o Brasil em uma potência industrial moderna. A política industrial brasileira deve incentivar a ciência, a pesquisa aplicada e a colaboração entre empresas, universidades e centros de inovação. Nesse caminho, a política industrial será capaz de gerar valor agregado, criar empregos qualificados e colocar o Brasil entre os protagonistas da economia global.

Autor: Daker

Share This Article
Leave a comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *